Desenho de Ketlyn Mayla
Era uma vez uma
coruja... Ei, espere um momento... Corujas são inteligentes, não são? Sim, mas
essa coruja não parecia muito esperta; pelos menos, não no início.
Juju era uma
encantadora corujinha que não sabia ler. Isso era um problema, porque havia
cartazes por todos os lados na floresta, e os animaizinhos consultavam Juju,
para saber o que diziam aqueles cartazes, e ela mentia. Sim, ela mentia
descaradamente. Bem, talvez não mentisse; apenas inventasse para não
decepcionar os amigos. Afinal de contas, corujas são ou não são inteligentes?
Felizmente, ninguém
se prejudicou com suas mentiras. E ela também, dependendo do lugar onde o
cartaz havia sido colocado, tinha boa intuição para imaginar o que ele dizia.
Mas e se um dia a sua intuição falhasse? E se um dia as suas mentiras levassem
à perda de um animalzinho da floresta? Não, isso não poderia acontecer; porque,
se acontecesse, ela jamais se perdoaria. Então, para evitar o pior, Juju
resolveu aprender a ler. Mas como?... Assistindo às aulas da escola da cidade.
Do lado de fora, é claro, mais precisamente, pousada no peitoril da janela. E
as crianças, todos os dias, deliciavam-se ao ver a corujinha com os olhos colados
nas explicações da lousa. Com o tempo, pararam de notá-la; mas Juju continuava
ali, firme e interessada em aprender.
A corujinha provou
ser muito inteligente. Fez mais do que aprender. Começou a lecionar e escreveu
uma cartilha que apresentava primeiro as letras do alfabeto; depois,
relacionava cada letra a um serzinho da floresta, para que todos pudessem
memorizar as letras com mais facilidade.
Quando digo seres da
floresta, naturalmente, também estão incluídos os elfos, os gnomos, os duendes,
as fadas e por que não a curiosa bruxa? Todos quiseram aprender. E aprenderam.
Depois de juntar as letras para formar as palavras, começaram a juntar as
palavras para formar as frases. Mas a corujinha, ao perceber que os dizeres
pareciam mortos, acrescentou na cartilha um capítulo todinho sobre pontuação.
Foi aí que tudo ganhou vida e começou a fazer sentido.
Não demorou muito
para que todos na floresta começassem a se sentir mais tranquilos e seguros,
porque agora conseguiam ler os cartazes de avisos. E também, com o passar do
tempo, sentiram-se até mais felizes, porque começaram a registrar, através da
escrita, as ideias e histórias maravilhosas que lhes visitavam a imaginação.
E a corujinha Juju,
além de se sentir aliviada por não precisar mais mentir, viu o seu esforço
recompensado; mais do que isso, sentiu o coraçãozinho estremecer no peito ao
receber um poema escrito, com todo o amor, pelo Dr. Corujão.
F I M
Sisi Marques
Sisi Marques
Que os seus sonhos se realizem!!!
0 comentários:
Postar um comentário