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RENAN, A VELHA SENHORA E OS MONSTRINHOS







Era uma vez um garotinho que se divertia em provocar as pessoas idosas. Ele também colocava apelidos nos colegas menores do que ele e os ofendia até fazê-los chorar.




Rosana, irmã de Renan, apenas dois anos mais velha do que ele, vivia repreendendo-o e aconselhando-o a respeitar a todos. 







Ele gostava muito da irmãzinha e prometia que se comportaria melhor. Mas ele sempre voltava a tecer ofensas, que lhe proporcionavam saborosas risadas.




Certo dia, ele estava voltando da escola e começou a prestar atenção em uma senhora idosa que caminhava lentamente e conversava com algo que havia dentro da sacola que ela carregava. Ele diminuiu o passo e virava o rosto para o lado, rindo da mulher, mas fingindo estar conversando com sua mochila.

Para a surpresa de Renan, em vez da mulher se sentir ofendida com sua atitude, ela se aproximou dele e perguntou: “Você também tem que esconder seus amigos brincalhões?!... Eu tenho três dentro da minha sacola!... Se eles caminhassem ao meu lado, só me causariam problemas. Eles parecem inofensivos, mas adoram pregar peças!... Sabe o que eles fariam com você se eu os deixasse sair?!... Eles o segurariam no ar e o carregariam até a minha casa de doces!... Lá eles manteriam essa sua boquinha ocupada, porque eles trariam mais e mais doces, e você mal teria tempo de mastigar... Eles se divertem muito em ver as pessoas comendo e comendo e comendo sem parar!...”.

Imaginando que a mulher não regulasse muito bem, Renan pensou: “É agora que vou me divertir!...”. Ele disse: “Eu adoro doces e quero comer um pedaço da sua casa!... Deixe os seus amigos me levarem até lá!...”.

Renan riu muito quando ela perguntou: “Tem certeza?!... Depois não diga que não o avisei!...”. Renan fez um sinal afirmativo com a cabeça. Mas o riso cessou, e ele começou a gritar quando três monstrinhos verdes, que pareciam feitos de geleia, saíram da sacola e o seguraram.




Rosana, que costumava ir encontrá-lo todos os dias, ouviu seus gritos e correu. Ele já estava a um metro de distância do chão, e ela encheu-se de coragem antes de saltar para alcançar seus pés. Sem saber para onde aqueles monstrinhos os conduziriam, Rosana fechou os olhos e começou a rezar.




A noite chegou, e Ricardo, o pai das crianças, estava muito preocupado. Ele as havia procurado em toda a parte, e a única coisa que ele conseguiu encontrar foi a mochila de Renan. 




Na casa de doces, Rosana implorava para a velha senhora deixá-los partir. Compadecida da insistência de Rosana, ela disse: “Menina boazinha, os seus conselhos não serviram para endireitar o seu irmão, talvez mais algumas das minhas guloseimas consigam adoçar a boca dele!... Sossegue!... Logo vocês poderão partir.”.

A velha senhora cumpriu a promessa de levá-los para casa. Mas, antes de desaparecer no céu carregada pelos três monstrinhos, ela ainda teve tempo de dizer: “Não se esqueça, garotinho, de que haverá sempre muitos doces na minha casa para adoçarem a sua boquinha!... No seu lugar, eu passaria a ouvir os conselhos de sua irmã!...”.

O pai das crianças recebeu-os de braços abertos e agradeceu à esposa falecida por tê-los protegido. Ele não acreditou em nada do que os filhos contaram. Mas ficou feliz quando as reclamações sobre o comportamento de Renan cessaram. 



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