Dona Corulina resolveu fazer uma festa para comemorar o
aniversário de suas filhas, Terra e Lama. As corujinhas ficaram muito felizes e
perguntaram se poderiam convidar suas amigas, Violeta e Estrela. Dona Corulina consentiu,
e os convites foram enviados.
O dia da festa chegou e, enquanto
Terra e Lama se preocupavam com a demora de suas amigas, Estrela olhava para o
céu contemplando o brilho das estrelas. Aborreceu-se, porém, quando Violeta
apareceu inesperadamente, para admirar as violetas que floresciam
generosamente.
Surpresa, Violeta perguntou: “O
que está fazendo aqui, Estrela?!... Imaginei que você estivesse na festa de
Terra e Lama.” Estrela respondeu com desdém: “Eu que imaginei que você estivesse
lá!... Se eu soubesse que teria o desprazer de encontrá-la aqui, eu teria ido
lá certamente. Esta é a vantagem de ter nascido sob o brilho de uma estrela: o
céu pode ser visto de todos os lugares, e a estrela brilhante que testemunhou o
meu nascimento também estará sempre visível e radiante.”
Violeta não perdeu a oportunidade
de dizer: “Eu nasci sob a copa de uma árvore cercada de violetas. Naquele
momento, a minha mãe não conseguiu avistar o céu, mas inspirou-se nas violetas
para escolher o meu nome. Aquelas violetas já murcharam e já morreram, mas a
minha mãe disse que as violetas deste canteiro se parecem muito com elas. Se
você despreza tanto as violetas, por que não escolheu outro lugar para admirar
a sua estrela?”
Estrela respondeu: “Eu não
desprezo as violetas e sim quem pensa que elas são mais formosas do que as
estrelas. Eu sou diferente porque a estrela acrescentou brilho às minhas penas.
Você é diferente porque as suas penas, coincidência ou não, possuem a cor das
violetas. Sem sombra de dúvida, eu sou mais formosa, e você, apesar das
evidências, insiste em espalhar por aí que é mais graciosa.”
Violeta não conseguiu evitar o
riso. Endereçando-lhe um olhar congelante, Estrela perguntou: “Como se atreve a
zombar de mim?!...” Violeta respondeu: “Não estou rindo de você, estou rindo de
nós. Em vez de estarmos nos divertindo na festa de aniversário de nossas
amigas, estamos aqui querendo provar o impossível: a nossa superioridade.
Embora sejamos diferentes, somos igualmente belas. O que você acha de encerrarmos
esse assunto e irmos aproveitar um pouco a alegria da festa?!...”
Estrela tentou buscar, em seu
cérebro, palavras que contrariassem o que Violeta dissera, mas sua mente
parecia vazia. Violeta estava certa: era
hora de esquecerem as divergências e começarem a pensar em se divertir. Ela
enviou um olhar significativo a Violeta, e as duas voaram em direção à árvore
das amigas.
Estou relendo essa história!! Vc e incrível, Sisi!!
ResponderExcluirBjs
Obrigada, Lucia, pelo carinho e por suas palavras de incentivo. Beijos
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