Lursinha era tímida e se escondia
dos outros ursos, porque sentia vergonha de possuir uma orelha só. E
Lursinha amargurava os seus dias pensando: “Se eu tivesse duas orelhinhas, eu
seria muito mais feliz, porque eu seria igual aos outros ursos, e ninguém
poderia rir de mim!... Eu não sei dizer
como perdi a minha orelhinha!... Se a minha mãezinha ainda estivesse viva,
talvez ela pudesse me dizer!...”
Certo dia, enquanto Lursinha
suspirava e pensava em sua desventura de possuir apenas uma orelhinha; um
ursinho entrou na gruta, onde Lursinha costumava se esconder, para abrigar-se
da chuva que desabara repentinamente.
Lursinha assustou-se ao vê-lo
entrar. Mas, quando percebeu que ele estava ainda mais embaraçado do que ela,
começou a rir. O ursinho Lursindo, que também era tímido, naquele momento
mágico, conseguiu se desvencilhar de seu acanhamento e, embalado pelo som
contagiante e encantador do riso de Lursinha, sorriu docemente.
O olhar apaixonado de Lursindo
era tão cativante quanto o seu sorriso tímido!... Lursinha parou de rir, e
abaixou os olhos, envergonhada... Mas era tarde demais para resistir ao amor que
já havia conquistado o seu coração.
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