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ELISANGELA E A FLORESTA DOS PÁSSAROS ESTRANHOS

 




 A nossa história começa com o desaparecimento de Bolinha, a ave de estimação de Elisangela. Todas as Fadas da Floresta, compadecidas da tristeza da Amiga; e, também, preocupadas com aquela bolinha de penas que era só alegria, se reuniram para tentar localizá-la.

 

As horas de busca se transformaram em dias, e quem, finalmente conseguiu encontrar Bolinha foi Mariana. Ela procurou Elisangela para dizer: “Eu tentei trazer Bolinha, mas ela parece não me reconhecer... Ela estava escondida no meio da folhagem... E continua lá... Talvez ela tenha machucado a asa.”. Elisangela agradeceu à Amiga, e acompanhou-a até o lugar onde Bolinha estava.”.

 


Não. Bolinha não havia machucado a asa. E Elisangela logo descobriu o que havia acontecido... Letícia, a Bruxa da Floresta, amarrou um papel dobrado na perna direita de Bolinha... A mensagem dizia: “Cara Elisangela, cansei-me de você e de todas as fadas desta Floresta!... Talvez eu devesse partir, mas eu cheguei aqui antes de todas vocês. Sim, esta Floresta é minha, e são vocês quem terão que voar para bem longe em busca da Floresta dos Pássaros Estranhos!... Apenas lá vocês encontrarão a cura para a tristeza daquela ave que se recusou a me fazer companhia. Pensem o que quiserem a meu respeito!... Que sou cruel!... Que sou invejosa!... Boazinha, eu sei que não sou... É bem possível que eu seja cruel, mas invejosa não!... Quem precisa de asas quando tem uma vassoura potente e confortável como a minha?!... E você e suas amiguinhas terão que bater muito as asas para chegarem à Floresta dos Pássaros Estranhos. Boa viagem, queridinha!...”.




 Elisangela pensou, pensou e chegou a uma decisão: Partiria sozinha em busca dessa misteriosa floresta. Não completamente sozinha, porque levaria Bolinha consigo. E ela precisaria também da ajuda de Eliana, a Fada que falava com as borboletas e conseguia ver tudo em sua bola mágica. Na verdade, quase tudo porque a pedra não conseguiu mostrar-lhe a tal floresta, e as borboletas também não conheciam a sua localização. Elisangela agradeceu o empenho da Amiga em ajudá-la e aceitou sua sugestão de procurar Amélia, a Fada que possuía asas de penas de pássaros.

 



Ela já estava exausta quando chegou à parte da Floresta onde morava Amélia e ficou decepcionada quando a ouviu dizer: “Lamento, mas só conheço a nossa Floresta. Nunca ouvi dizer que existia outra floresta, e muito menos que lá vivessem pássaros estranhos!... Mas, não desista porque a magia de Luciana certamente conseguirá guiá-la até lá.”.

 


Elisangela agradeceu a bondade e gentileza da Amiga e voou até encontrar Luciana. Sem perder um só minuto, Luciana levantou a mão esquerda e fez com que um clarão se desprendesse dela, e espirais de pedras apareceram para mostrar o caminho que Elisangela deveria seguir. Confiante, Luciana fechou os olhos; e, quando o clarão desapareceu, deixou um rastro atrás de si: um mapa que Luciana entregou a Elisangela.


 

Muito agradecida, Elisangela abriu as asas e levantou voo, carregando sempre o seu precioso tesouro: Bolinha. Ela demorou dias para seguir as indicações do mapa, porque se atrapalhava e errou o caminho várias vezes. Finalmente lá estava ela: a Floresta dos Pássaros Estranhos. E como eram realmente estranhos aqueles pássaros!... Dentre eles, havia um que era mais belo e majestoso do que os outros. Aproximando-se dele, ela perguntou: “Por que vocês são tão diferentes dos outros pássaros?!...”. Fitando os olhos de Elisangela, o Pássaro respondeu: “Somos o que somos. Cada um é o que é e não deveria se comparar a ninguém. Você também não é igual à Letícia e, também, não é igual às outras Fadas que a ajudaram a chegar até aqui. A propósito, você não está sozinha... Trouxe a minha Noiva consigo, e eu lhe serei sempre grato. Pode pedir o que desejar.”.

 


Confusa, Elisangela perguntou: “Que história é essa?!... Bolinha não é sua noiva!... É minha ave de estimação!... Estamos sempre juntas!...”. O Pássaro respondeu sorrindo: “Muito em breve, você conhecerá Alguém que lhe fará companhia por toda a eternidade. E eu posso lhe garantir que não será uma ave. Será um Jovem que possui o olhar doce e afetuoso como o seu. Eu prometo que cuidarei bem de Belinha.”.

 

Com lágrimas nos olhos, Elisangela corrigiu o Pássaro: “O nome dela não é Belinha... É Bolinha.”. Olhando ternamente para Elisangela, o Pássaro respondeu: “Eu sou o Rei desta Floresta, e Belinha será minha Rainha. No mesmo instante em que você partir, o encantamento de Letícia será quebrado, e Belinha voltará a ser o Pássaro alegre que sempre foi e trará muita felicidade ao meu Reino e a este meu coração solitário. Feche os olhos. Quando você tornar a abri-los, estará na sua Floresta, diante do seu Amor Eterno. Seja feliz!...”.

 

Ainda chorando, Elisangela endereçou um último olhar a Belinha, contemplou o semblante apaixonado do Pássaro, fechou os olhos e desapareceu.

 

Sisi Marques


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