As horas de busca se
transformaram em dias, e quem, finalmente conseguiu encontrar Bolinha foi
Mariana. Ela procurou Elisangela para dizer: “Eu tentei trazer Bolinha, mas ela
parece não me reconhecer... Ela estava escondida no meio da folhagem... E
continua lá... Talvez ela tenha machucado a asa.”. Elisangela agradeceu à
Amiga, e acompanhou-a até o lugar onde Bolinha estava.”.
Não. Bolinha não havia machucado
a asa. E Elisangela logo descobriu o que havia acontecido... Letícia, a Bruxa
da Floresta, amarrou um papel dobrado na perna direita de Bolinha... A mensagem
dizia: “Cara Elisangela, cansei-me de você e de todas as fadas desta Floresta!...
Talvez eu devesse partir, mas eu cheguei aqui antes de todas vocês. Sim, esta Floresta
é minha, e são vocês quem terão que voar para bem longe em busca da Floresta
dos Pássaros Estranhos!... Apenas lá vocês encontrarão a cura para a tristeza
daquela ave que se recusou a me fazer companhia. Pensem o que quiserem a meu
respeito!... Que sou cruel!... Que sou invejosa!... Boazinha, eu sei que não
sou... É bem possível que eu seja cruel, mas invejosa não!... Quem precisa de
asas quando tem uma vassoura potente e confortável como a minha?!... E você e
suas amiguinhas terão que bater muito as asas para chegarem à Floresta dos
Pássaros Estranhos. Boa viagem, queridinha!...”.
Ela já estava exausta quando
chegou à parte da Floresta onde morava Amélia e ficou decepcionada quando a
ouviu dizer: “Lamento, mas só conheço a nossa Floresta. Nunca ouvi dizer que
existia outra floresta, e muito menos que lá vivessem pássaros estranhos!...
Mas, não desista porque a magia de Luciana certamente conseguirá guiá-la até lá.”.
Elisangela agradeceu a bondade e gentileza da Amiga e voou até encontrar Luciana. Sem perder um só minuto, Luciana levantou a mão esquerda e fez com que um clarão se desprendesse dela, e espirais de pedras apareceram para mostrar o caminho que Elisangela deveria seguir. Confiante, Luciana fechou os olhos; e, quando o clarão desapareceu, deixou um rastro atrás de si: um mapa que Luciana entregou a Elisangela.
Muito agradecida, Elisangela
abriu as asas e levantou voo, carregando sempre o seu precioso tesouro:
Bolinha. Ela demorou dias para seguir as indicações do mapa, porque se
atrapalhava e errou o caminho várias vezes. Finalmente lá estava ela: a
Floresta dos Pássaros Estranhos. E como eram realmente estranhos aqueles pássaros!...
Dentre eles, havia um que era mais belo e majestoso do que os outros.
Aproximando-se dele, ela perguntou: “Por que vocês são tão diferentes dos
outros pássaros?!...”. Fitando os olhos de Elisangela, o Pássaro respondeu:
“Somos o que somos. Cada um é o que é e não deveria se comparar a ninguém. Você
também não é igual à Letícia e, também, não é igual às outras Fadas que a ajudaram
a chegar até aqui. A propósito, você não está sozinha... Trouxe a minha Noiva
consigo, e eu lhe serei sempre grato. Pode pedir o que desejar.”.
Confusa, Elisangela perguntou:
“Que história é essa?!... Bolinha não é sua noiva!... É minha ave de estimação!...
Estamos sempre juntas!...”. O Pássaro respondeu sorrindo: “Muito em breve, você
conhecerá Alguém que lhe fará companhia por toda a eternidade. E eu posso lhe
garantir que não será uma ave. Será um Jovem que possui o olhar doce e afetuoso
como o seu. Eu prometo que cuidarei bem de Belinha.”.
Com lágrimas nos olhos,
Elisangela corrigiu o Pássaro: “O nome dela não é Belinha... É Bolinha.”.
Olhando ternamente para Elisangela, o Pássaro respondeu: “Eu sou o Rei desta
Floresta, e Belinha será minha Rainha. No mesmo instante em que você partir, o
encantamento de Letícia será quebrado, e Belinha voltará a ser o Pássaro alegre
que sempre foi e trará muita felicidade ao meu Reino e a este meu coração
solitário. Feche os olhos. Quando você tornar a abri-los, estará na sua
Floresta, diante do seu Amor Eterno. Seja feliz!...”.
Ainda chorando, Elisangela
endereçou um último olhar a Belinha, contemplou o semblante apaixonado do
Pássaro, fechou os olhos e desapareceu.
Sisi Marques
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