Daniel era um jovem que
gostava de caminhar por lugares desertos e desconhecidos enquanto tocava a sua
flauta.
Certo dia, ele
atravessou um bosque e parou de tocar para contemplar uma flor reluzente. Ele
se assustou quando uma fadinha apareceu debruçada na extremidade das pétalas.
Olhando para ele graciosamente, ela exclamou: “Continue tocando!... Por que
você parou?!... Um elfo costumava tocar para mim, mas ele se apaixonou pelo
canto das sereias e se esqueceu de que eu necessito das cores que as notas
musicais irradiam.”.
Encabulado, Daniel
respondeu: “Eu não sei tocar... Preciso estudar Música!...”. A fadinha disse: “Isso
não é verdade... Você toca muito bem!... Por favor, toque para mim!...”.
Daniel hesitou... Após
alguns minutos, ele repetiu: “Eu preciso estudar Música.”. A fadinha murmurou: “Não há tempo para
isso!... Por favor, toque.”. Visivelmente inseguro, ele disse: “Eu só tocarei
depois que eu estudar Música. Por que você pensa que gosto de ficar sozinho
quando toco?!... Eu não sei tocar!...”.
Vendo a tristeza
estampada no rosto da fadinha, ele disse: “Eu consigo tocar apenas uma parte de
uma música que gosto. Eu vou praticar e, amanhã, eu volto para tocar para você.”.
A fadinha passou o dia
todo esperando por Daniel, mas ele não apareceu. Quando ele foi visitá-la dois
dias depois, ele afirmou novamente: “Eu só vou tocar depois que eu estudar
Música. Sinto muito em não poder tocar para você.”.
Daniel ficou surpreso
quando ouviu a fadinha dizer: “Você não precisa tocar, se não quiser. Eu senti
sua falta e estou feliz porque você está aqui. O elfo não era meu amigo!... Ele
tocava porque gostava de tocar, mas nunca se importou com a minha necessidade
de ouvi-lo!... Eu preciso dele, mas ele
não precisa de mim. Você, por outro lado, se preocupa comigo e gostaria de
aprender a tocar para poder tocar para mim. Do mesmo modo que as notas
musicais, a sua amizade irradia luzes coloridas. Você é meu amigo.”.
Daniel sentia o ânimo
renovado quando afirmou: “Amanhã, eu voltarei e tocarei para você.
Provavelmente, eu não saberei tocar tão bem quanto o elfo, mas eu tocarei para
você.”.
A fadinha tornou a
dizer: “Você não precisa tocar... Basta que você continue sendo meu amigo.”
Daniel repetiu: “Amanhã eu voltarei e tocarei para você.”.
E ele voltou, voltou e
começou a tocar. No início, ele se sentia inseguro porque receava não tocar tão
bem quanto o elfo. Mas, inesperadamente, a mágica aconteceu: A fadinha se
encantou com a música que Daniel conseguiu extrair de sua flauta.
Ele sorriu ao ver a
expressão de enlevo no rosto da fadinha e tocou, tocou como nunca havia tocado
antes. O seu coração estava leve e confiante!...
A fadinha esqueceu-se
da indiferença do elfo, e a música e a amizade de Daniel trouxeram luz, cores e
alegria para a sua flor.
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