Lia e Bia estudavam na
mesma escola, em salas diferentes. Certo dia, as duas se encontraram na
biblioteca. Estavam muito compenetradas: uma desenhando, e a outra escrevendo.
Foi Bia quem disse: “O meu nome é Bia. O que você está fazendo?...” Lia
respondeu: “Desenhando. Não gosto de ser interrompida quando desenho. É por
esse motivo que venho à biblioteca. Eu me chamo Lia.”
Bia era insistente, e
continuou puxando conversa: “Eu escrevo, mas não sei desenhar... Os seus
desenhos poderiam me inspirar a escrever novas histórias.” Lia respondeu: “Nem
pense nisso!... Os meus desenhos são muito especiais e pertencem às histórias
que povoam a minha imaginação. Se alguma história sua despertasse o meu
interesse, eu até poderia fazer algum desenho sobre ela.” Bia, sentindo-se
magoada com a resposta de Lia, rebateu: “Eu duvido que algum desenho seu
pudesse se encaixar em uma de minhas histórias.” As duas se calaram e voltaram
a se concentrar no que mais gostavam de fazer, e aquele encontro parecia ter
marcado o início e o fim de uma promissora amizade.
Certa noite, porém,
algo muito misterioso aconteceu: Lia e Bia tiveram o mesmo sonho. Estavam
juntas, caminhando em um lugar maravilhoso e desejavam atravessar o portal que
as conduziria ao mundo encantado das criaturinhas mágicas. As duas zombaram da
advertência que uma coruja, pousada em um dos galhos da gigantesca árvore que
exibia o fascinante portal em seu tronco, repetia: “Este portal, que é feito de
luz, não se abrirá para quem tiver o coração envolto em sombras.”
Lia quis ser a primeira
a atravessar o portal. Mas decepcionou-se quando o portal desapareceu, e o
tronco da árvore recuperou o seu aspecto original. A coruja disse: “No seu
coração, existe a sombra de uma amizade que poderia ter florescido e murchou.”
Minutos depois, o
portal reapareceu para que Bia pudesse atravessá-lo. Mas, quando Bia
aproximou-se da luz multicolorida que emanava do portal, a luz foi substituída
pela casca grossa e áspera do tronco da árvore. A coruja disse: “A sombra da
amizade que poderia ter florescido no coração de Lia e murchou é a mesma sombra
que escurece o seu coração.”
Depois desse sonho, Lia
e Bia tornaram-se amigas inseparáveis. Bia passou a inspirar-se nos desenhos de
Lia para criar novas histórias. E Lia, através
de seus desenhos, conseguiu materializar os personagens e os cenários que antes só
existiam na imaginação de Bia.
Texto: Sisi Marques
Ilustração: Adaptação da Arte de Amanda Layouts
Suas histórias são únicas, e é isto que faz você ser minha escritora predileta.
ResponderExcluirAdorei.
Beijos :-)
Fico muito feliz em saber que você gosta tanto assim das histórias. Obrigada pelo carinho. Beijos
ExcluirExcelente conto!!! Adorei!!!
ResponderExcluirObrigada, Lucia, pelo carinho e pela visita.
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